Em Combate Ao Inimigo Invisível o brinquedo é minha arma e armadura. Utilizo-os como símbolos narrativos para contar a minha história nos meus próprios termos. As cores vibrantes são escolha da criança viva em mim, que se comunica com voz estridente e não consegue acobertar seu desejo de ser vista. As amarrações com corda simulam a arte japonesa do shibari (prática muito adotada pela comunidade BDSM), costurando a relação entre desejos infantis que se transformam infinitamente para dar vida ao apetite insaciável do meu presente adulto. Em contramão, os trabalhos também refletem a tentativa frustrada de se permanecer infantil em meio a diversas violências sistêmicas e familiares que me forçaram a desenvolver mecanismos de defesa que garantissem a integridade do meu corpo nesses ambientes.